Licença-maternidade
para cônjuge de mãe falecida deve seguir para a Câmara.
A proposta que assegura licença-maternidade e salário-maternidade
ao cônjuge, companheiro ou companheira, mesmo se a mãe falecida não for
segurada pela Previdência Social, foi aprovada em turno suplementar na Comissão
de Assuntos Sociais (CAS) nesta quarta-feira (8).
A matéria segue agora para a análise da Câmara dos Deputados, a
menos que haja recurso para votação em Plenário.
O projeto (PLS 492/2015), do senador Aécio Neves (PSDB-MG), havia
sido aprovado no dia 18 de maio pela CAS sob a forma de um substitutivo da
relatora, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP). Por isso, precisou ser submetido a
turno suplementar de análise, período em que podem ser apresentadas emendas, o
que não ocorreu.
No texto original, o autor alegou que “o interesse social
principal a ser atendido com a extensão da licença ao cônjuge ou companheiro é
o de oferecer o suporte necessário à criança recém-nascida, na ausência de sua
mãe”.
O texto do substitutivo também garante salário-maternidade ao pai
ou mãe adotante ou que obtenha a guarda judicial para fins de adoção, em caso
de morte da mãe da criança.
Pela proposta, a pessoa que for beneficiada com a
licença-maternidade ou com o salário-maternidade é que precisa ser segurada da
Previdência.
“As contribuições pagas pelo cônjuge, companheiro ou companheira
da genitora falecida se afiguram suficientes a lhes ensejar o deferimento do
benefício por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante de
licença a que teria direito a mãe, pouco importando se a finada era, ou não,
segurada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS)”, defendeu Marta.
O projeto original de Aécio não previa a concessão dos benefícios
à mulher sobrevivente de relação homoafetiva, lacuna que foi preenchida pela
proposta de Marta.
“Com isso, preserva-se a igualdade de gênero em direitos e
obrigações, o que está em conformidade com os princípios constitucionais da
igualdade, da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana”, argumentou a
relatora.
Legislação atual
O projeto modifica o artigo 392-B da Consolidação das Leis do
Trabalho e o artigo 71-B da Lei 8.213/1991. A CLT garante licença-maternidade
ao cônjuge ou companheiro, em caso de falecimento da mãe segurada da
Previdência. A Lei 8.213/1991, por sua vez, exige que tanto a mãe falecida
quanto o cônjuge ou companheiro sejam segurados para que o salário-maternidade
seja pago. E é omissa em relação ao pai ou mãe adotante ou que obtenham a
guarda judicial para adoção.
Fonte: Senado Federal, 09.06.2016
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