TRT18 - Tribunal reconhece dispensa discriminatória de operadora de
telemarketing acometida de esquizofrenia paranóide
A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da
18ª Região (GO) reconheceu que uma atendente de telemarketing da Brasil Telecom
Call Center S.A., acometida de esquizofrenia paranóide, sofreu dispensa
discriminatória.
A sentença determinou a reintegração da trabalhadora
e o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$6.030,00.
Inconformadas, as partes recorreram.
O relator, desembargador Gentil Pio de Oliveira, com
base na perícia médica produzida nos autos, entendeu que inexiste nexo de
causalidade ou de concausalidade entre a doença que acometeu a empregada e as
atividades laborais por ela exercidas, não havendo que se falar em doença
ocupacional e responsabilidade civil da empresa. Reformou a decisão de origem
para excluir a condenação ao pagamento de indenização por danos morais. Em
razão da ausência de acidente do trabalho típico ou por equiparação (artigos 22
e 23 da Lei 8.213/91), também excluiu a determinação de encaminhamento da
reclamante ao INSS.
Por outro lado, o desembargador relator entendeu que
a empresa não provou que a atendente estava “lúcida e dentro das faculdades
mentais”, conforme alegado na contestação, e nem que a dispensa por justa causa
decorreu da prática de ato de insubordinação pela empregada. Segundo o magistrado,
tanto os documentos juntados aos autos quanto os depoimentos das testemunhas
“provam que muito antes da data da dispensa a empregada já apresentava
comportamento diferente do que lhe era normal”.
Com base na Lei 9.029/95, a Turma declarou a nulidade
da dispensa por justa causa e deferiu à trabalhadora o pagamento em dobro da
remuneração do período de afastamento, corrigida monetariamente e acrescida de
juros legais, observando-se a Súmula 28 do TST, limitado a 12 meses de salário,
conforme requerido na petição inicial.
RO-0002298-41.2011.5.18.0005
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região
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