Outros - Congresso mantém multa extra de 10% do FGTS e mais seis vetos de
Dilma
O Congresso manteve os sete vetos da presidente Dilma
Rousseff analisados na noite de ontem (18), entre eles, o que assegurou a
manutenção da cobrança adicional de 10% paga por empresas ao FGTS em demissões
sem justa causa. Com isso, o governo mantém uma arrecadação de mais de R$ 3
bilhões.
Em contrapartida à continuidade da cobrança,
deputados e senadores prometem aprovar um projeto enviado pelo governo que
vincula os recursos ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Essa
proposta estabelece ainda que o trabalhador demitido sem justa causa que não
for beneficiado pelo programa poderá sacar o valor ao se aposentar.
Em votação de vetos, deputados do PMDB recebem
cédulas preenchidas
Fim da multa ao FGTS serviria apenas para aumentar
lucro das empresas, diz Fazenda
As medidas, no entanto, só devem ter validade para
2014.
A votação do veto foi realizada na noite de ontem por
deputados e senadores, mas o resultado só foi divulgado nesta madrugada.
Segundo dados da secretaria do Congresso, a manutenção do veto foi apoiada por
40 senadores, rejeitada por 29 e quatro senadores votaram em branco.
Para um veto ser rejeitado, são necessários 257 votos
de deputados e 41 dos senadores.
Ao longo do dia, o Planalto atuou para evitar
traições de aliados. Na tentativa de quebrar resistências principalmente de
parlamentares do PDT, PR, PSB e PSD, enviou essa proposta alternativa aos
parlamentares. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) chegou a
despachar do Congresso e visitou aliados para ouvir as demandas e cobrar a
manutenção do veto.
Em algumas bancadas, como no PTB, a ministra ouviu
cobranças sobre problemas na liberação de emendas parlamentares, recursos
destinados no Orçamento da União para redutos políticos de deputados e
senadores.
Desde a retomada da análise dos vetos no mês passado,
o governo se comprometeu a liberar R$ 6 bilhões até o fim do ano em emendas. Com a movimentação, deputados do PDT
e do PR prometeram ajudar o governo. Nós acreditamos que temos boas chances de
mais uma vez manter os vetos da presidente, disse a ministra.
Principal aliado do Planalto, os líderes do PMDB
trabalharam para manter o veto. No encontro da bancada que discutiu a votação,
os 81 deputados chegaram a receber cédulas preenchidas distribuídas para evitar
infidelidades.
Eu convenci a bancada. Em um momento de sangria dos
cofres públicos não é possível acabar com a cobrança, disse o líder do PMDB na
Câmara, Eduardo Cunha (RJ).
A pressão para a extinção da multa é reivindicação do
empresariado. A Folhamostrou na edição de terça-feira que dinheiro arrecadado
com a multa adicional de 10% paga pelas empresas ao FGTS quando demitem sem
justa causa tem ajudado o Tesouro Nacional a cobrir perdas de arrecadação no
caixa oficial desde o início de 2012.
Ao contrário do que argumenta o governo para
convencer o Congresso a não extinguir a multa, os recursos não estão no bolo
que financia o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
No total, já foram retidos R$ 4,46 bilhões da multa
de 10% desde abril de 2012. Os recursos são usados para reforçar o caixa do
Tesouro, que tem perdido força com o desaquecimento da economia e as
desonerações tributárias.
Criada em 2001 para dar ao FGTS caixa para quitar
expurgos decorrentes de planos econômicos, a multa ia direto para o fundo.
Amparado numa brecha legal, o Tesouro passou a reter os recursos em abril do
ano passado, comprometendo-se a devolvê-los ao FGTS em prazo indefinido.
Fonte: UOL notícias
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