TST - Os transtornos mentais mais frequentes no trabalho
Mudanças de humor, os transtornos neuróticos e o uso
de substâncias psicoativas, como o álcool e drogas, são, hoje, os principais
transtornos mentais que causam incapacidade para o trabalho no Brasil. As
informações são do professor do Setor de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo, Duílio Antero de Camargo. Ele foi um dos
palestrantes do Painel 3 do II Seminário Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho,
realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho. Presidiu a mesa a ministra do
TST, Maria de Assis Calsing.
O palestrante explicou que os trabalhadores
acometidos de transtornos do humor sofrem especialmente de problemas
depressivos. Já os transtornos neuróticos, se referem a síndromes como a do
pânico e ao estresse pós-traumático. Este último caso, segundo o professor,
ocorre principalmente quando um trabalhador foi submetido, no ambiente de
trabalho, a violência ou risco de morte. Nessas situações, vem recorrentemente
à cabeça do empregado a cena do ato de violência sofrido. Se essa situação não
for bem tratada pela empresa, com a oferta de acompanhamento psicológico, o
caso pode se agravar, explicou.
Outro ponto relevante apresentado na palestra foi o
uso cada vez mais frequente de substâncias psicoativas por trabalhadores, a
exemplo do álcool e de drogas como a cocaína. O panorama tem mudado nos últimos
anos. Infelizmente, o que temos visto crescer nessa estatística é a associação
do álcool com a cocaína, afirmou Duílio de Camargo.
Durante toda a palestra, o professor defendeu a
adoção de políticas efetivas em prol da saúde mental no ambiente laboral,
sustentando que tais ações não sejam apenas pontuais, mas implementadas num
caráter mais global, de forma articulada com a sociedade.
No ambiente de trabalho, segundo ele, tais políticas
devem começar por uma avaliação criteriosa dos setores que necessitam de
intervenção, identificando os principais problemas e coletando indicadores dos
fatores de grupos de risco. A partir deste ponto, é importante que seja feito
um bom diagnóstico, com entrevistas individuais e testes psicológicos junto aos
empregados, além de campanhas educativas e informativas, finalizou o
palestrante.
Fonte: Tribunal Superior do Trabalho
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